A inadimplência empresarial ocorre quando uma empresa não consegue honrar seus compromissos financeiros em dia, como o pagamento de fornecedores, impostos, salários e empréstimos bancários. Isso pode levar a problemas sérios como protestos, restrição ao crédito, bloqueio de contas bancárias, ações judiciais e até mesmo falência. Portanto, é fundamental que os empreendedores a evitem para garantir a saúde financeira e a continuidade dos negócios.
Conforme os dados do
Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, em dezembro de 2023 foram registrados 6,6 milhões de negócios no vermelho. Destes, 54,8% eram do setor de “Serviços”, 36,4% eram do “Comércio” e 7,5 da “Indústria”. No total, as dívidas somaram R$126,1 bilhões, um aumento de 12,6% se comparado ao mesmo período no ano anterior.
Ainda segundo o Serasa Experian, o processo para recuperar crédito por parte da empresa é dificultado quando ela tem que cobrar clientes inadimplentes ou quando não tem caixa suficiente para cumprir com as obrigações financeiras. A falta de um controle financeiro ou uma reserva de emergência tem uma contribuição considerável neste quadro.
Neste artigo, é explorado as principais causas da inadimplência empresarial e como preveni-la, abordando tópicos como análise de indicadores, gestão de fluxo de caixa, capital de giro, financiamento, gestão de riscos, política de crédito e investimento em tecnologia.
Quais são as principais causas da Inadimplência Empresarial?
O não cumprimento de obrigações financeiras pode ocorrer por diversos motivos, antes de ir direto às dicas para evitá-los, veja quais são os mais comuns:
- Falta de capital de giro: sem capital de giro suficiente, as empresas podem ter dificuldades para arcar com despesas e obrigações de curto prazo, como salários, fornecedores, impostos, etc.
- Má gestão financeira: empresas que não controlam adequadamente seu fluxo de caixa, despesas e custos acabam tendo problemas de liquidez e capital de giro, o que aumenta o risco de inadimplência.
- Problemas econômicos: crises e flutuações da economia afetam negativamente diversos setores e empresas, reduzindo vendas e receitas. Isso pode levar à incapacidade de honrar compromissos.
- Catástrofes: eventos inesperados como incêndios, enchentes e outros problemas podem impactar drasticamente as operações de uma empresa, logo impactando no seu financeiro.
- Fraude: falhas nos controles internos podem permitir fraudes financeiras que desviam recursos e levam à incapacidade de pagamento dos compromissos.
É importante que as empresas monitorem sua saúde financeira e tomem medidas preventivas para que consigam honrar suas dívidas e obrigações. Planejamento financeiro,
gestão de riscos, capital de giro robusto e controles internos são essenciais.
Sem mais delongas, veja 7 dicas para manter sua empresa saudável financeiramente.
1 - Analise regularmente os Indicadores
Um dos principais fatores que levam à inadimplência é a falta de controle financeiro. Por isso, é essencial que os gestores acompanhem constantemente os indicadores econômico-financeiros da empresa. Isso permitirá identificar riscos e tomar ações preventivas.
Alguns dos indicadores mais importantes a serem monitorados são:
- Índices de liquidez - medem a capacidade da empresa de pagar suas obrigações no curto prazo. Devem ser acompanhados o índice de liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.
- Índices de endividamento - mostram o quanto a empresa depende de capital de terceiros. É preciso monitorar o grau de endividamento, a composição das dívidas e a capacidade de alavancagem.
- Prazo médio de recebimento - indica quantos dias em média a empresa leva para receber suas vendas. Quanto maior esse prazo, maior a necessidade de capital de giro.
- Prazo médio de pagamento - revela em quantos dias a empresa paga suas compras em média. Deve ser mantido em equilíbrio com o prazo médio de recebimento.
- Rentabilidade - mede o retorno sobre vendas, ativos e patrimônio líquido. Permite avaliar se o negócio gera resultados.
Analisar esses e outros indicadores periodicamente, permite identificar riscos, corrigir problemas e manter as contas da empresa em dia.
2 - Controle o Fluxo de Caixa
O controle do
fluxo de caixa envolve estimar com precisão as entradas e saídas futuras de caixa, priorizando os pagamentos mais essenciais para a operação da empresa.
Para ter um controle de fluxo de caixa eficiente:
- Faça projeções regulares das entradas e saídas de caixa para os próximos meses, identificando possíveis lacunas com antecedência.
- Priorize o pagamento de despesas essenciais, como salários, aluguel e matéria-prima. Deixe contas menos urgentes para depois se necessário.
- Renegocie prazos de pagamento com fornecedores para aliviar o caixa no curto prazo. Às vezes é possível postergar pagamentos em 30 ou 60 dias.
- Questione cada despesa. Corte gastos desnecessários.
- Busque capital de giro ou linhas de crédito para suprir faltas temporárias de caixa.
Logo, é possível evitar atrasos em pagamentos importantes e permanecer adimplente. Fluxo de caixa é o oxigênio de qualquer negócio.
3 - Tenha capital de giro
Manter reserva financeira para imprevistos é fundamental para permanecer longe de dívidas. Quando ocorrem gastos inesperados, como uma quebra de equipamento ou despesas médicas, as empresas precisam ter fundos disponíveis para cobri-los.
Ter capital de giro suficiente também permite lidar com flutuações nos ciclos de recebimento e pagamento. Há períodos em que as contas a receber demoram mais para entrar, enquanto as contas a pagar continuam chegando.
Algumas maneiras de garantir capital de giro adequado:
- Manter uma reserva financeira de emergência equivalente a alguns meses de despesas fixas. Isso permite amortecer imprevistos.
- Investir parte do caixa em ativos de alta liquidez, como títulos públicos ou fundos referenciados em renda fixa. Assim o capital pode ser resgatado rapidamente se necessário.
- Renegociar prazos maiores de recebimento de clientes para aliviar o fluxo de caixa no curto prazo.
- Obter linhas de crédito pré-aprovadas em bancos as quais podem ser sacadas em caso de aperto financeiro.
- Buscar capital de giro via empréstimos ou financiamentos, mas com custo financeiro adequado ao negócio.
Ter reservas e ativos líquidos suficientes é fundamental para atravessar momentos difíceis e evitar atrasos em pagamentos. Isso traz mais estabilidade financeira e reduz o risco de inadimplência.
4 - Busque financiamento
Ter acesso a fontes de financiamento é fundamental para que empresas consigam atravessar momentos de queda de faturamento ou aumento nos custos. Planejamento e bom relacionamento com credores e investidores são cruciais.
Algumas fontes de financiamento, incluem:
- Linhas de crédito pré-aprovadas: negociar com bancos linhas de crédito que podem ser acionadas em momentos de necessidade. Isso fornece acesso rápido a capital de giro.
- Renegociação de dívidas: renegociar prazos e condições de pagamento com fornecedores e credores pode proporcionar alívio no curto prazo. Mas cuidado para não comprometer relações de longo prazo.
- Equity: buscar aportes de investidores pode aumentar o capital da empresa e melhorar sua saúde financeira. Mas isso dilui o controle dos proprietários e pode ser demorado.
- Financiamento via Fintechs: Startups de tecnologia financeira oferecem crédito, antecipação de recebíveis e outras soluções que podem ajudar com a liquidez das operações. As taxas podem ser mais altas que a de bancos tradicionais.
5 - Invista em gestão de riscos
Uma boa gestão de riscos pode ajudar a seguir com as finanças de seu negócio em dia, evitar surpresas e permitir agir rapidamente em caso de crise. Veja algumas opções:
Análise de riscos
- Identifique os principais riscos do seu negócio, como riscos operacionais, financeiros, estratégicos, etc. Priorize os riscos com maior probabilidade e/ou impacto.
- Analise regularmente esses riscos, suas causas, consequências e probabilidade de ocorrência. Isso ajuda a tomada de decisão.
Plano de contingência
- Tenha planos de contingência para os principais riscos, descrevendo as ações a serem tomadas em caso de materialização do risco.
- Simule crises potenciais para testar esses planos. Isso ajuda a estar preparado caso o risco ocorra.
Seguros
- Avalie contratar seguros para riscos relevantes como incêndio, inadimplência de clientes, interrupção de operações, etc.
- Os seguros transferem o risco financeiro para a seguradora, protegendo o fluxo de caixa.
Diversificação
- Diversifique fornecedores, clientes, serviços, produtos e mercados.
- Não dependa excessivamente de poucas fontes de receita ou fornecedores, pois isso aumenta o risco.
6 - Tenha uma política de crédito
Uma política de crédito bem estruturada deve conter regras claras para análise dos clientes, concessão de crédito, cobrança eficiente e negociação.
Análise rigorosa dos clientes
Antes de conceder crédito, é essencial fazer uma análise completa da situação financeira do cliente. Isso inclui verificar renda, patrimônio, dívidas, histórico de crédito e referências. Clientes de alto risco devem ter limites de crédito menores ou serem recusados.
Cobrança eficiente
Um sistema eficiente de cobrança é crucial. Cobranças devem começar alguns dias após o vencimento, de forma amigável. Se o pagamento continuar em aberto, ligações e cartas mais firmes devem ser enviadas. Contratar uma empresa de cobrança pode ser útil em casos difíceis.
Descontos para pagamento antecipado
Oferecer descontos em troca de pagamento antecipado pode ser uma boa estratégia. O cliente se beneficia com o desconto, enquanto a empresa recebe o pagamento com antecedência. Isso melhora o fluxo de caixa e reduz o risco de calote.
Uma política de crédito inteligente, baseada em análise cuidadosa, cobrança eficiente e incentivos, pode ser crucial para o seu negócio. Investir nisso trará retornos significativos.
7 - Invista em tecnologia
A tecnologia traz inúmeros benefícios ao negócio, como a automatização de processos críticos de gestão financeira. Sistemas modernos de gestão financeira, como o
Contas Online, automatizam tarefas de contas a pagar e receber, fluxo de caixa e muito mais. Isso reduz o risco de erros humanos e garante mais eficiência e controle em processos vitais para a saúde financeira da empresa.
Além disso, a inteligência de dados pode fornecer opiniões valiosas sobre indicadores financeiros, perfis de cliente, previsibilidade de recebíveis e probabilidade de comprometer o saldo do caixa. A análise preditiva auxilia na tomada de decisão sobre políticas de crédito e cobrança, permitindo que a empresa antecipe a falta de recursos necessários.
Por fim, a automação de cobrança por meio de sistemas de discagem automática, e-mail marketing e SMS permite que a empresa entre em contato com clientes inadimplentes de forma rápida e eficiente. Quanto mais cedo a cobrança for iniciada, maiores as chances de recuperação do crédito.
Investir em soluções tecnológicas é fundamental para que empresas tenham mais controle, eficiência e inteligência em sua gestão financeira e operações de crédito. Isso impacta diretamente na capacidade de evitar e gerenciar inadimplência.
Conclusão
Evitar a inadimplência requer um esforço contínuo, focado em planejamento, organização e disciplina. É preciso agir preventivamente, identificando e tratando riscos logo no início. Portanto, mantenha seu fluxo de caixa saudável, tenha bons relacionamentos com fornecedores e clientes, use a tecnologia a seu favor e tenha controles internos bem definidos.
Essas ferramentas são cruciais e fornecem informações precisas para a tomada de decisão. Logo, é possível prever e evitar problemas ao invés de simplesmente reagir a eles. E já que estamos falando sobre ferramentas e tecnologia, já conhece o Contas Online? Não, então no próximo tópico você encontra algumas informações sobre o sistema.
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