As regras do abono salarial PIS/Pasep estão passando por mudanças importantes, e elas começam a impactar diretamente os trabalhadores a partir de 2026. Com a transição já definida pelo Governo Federal, muitas pessoas querem saber se continuam tendo direito ao benefício ou se podem ficar de fora nos próximos anos.
A dúvida é legítima. Embora as alterações tenham sido anunciadas em 2024 e iniciadas formalmente em 2025, o efeito prático só aparece em 2026. Isso acontece porque o abono considera sempre a renda do trabalhador no ano-base, que corresponde a dois anos antes do pagamento.
Neste conteúdo, você vai entender exatamente o que muda, quem pode receber o PIS/Pasep em 2026 e o que fazer agora para não ser pego de surpresa.
Como montar metas e objetivos financeirosBaixe o e-book e saiba mais sobre este assuntoE-book GratuitoO que muda nas regras do PIS/Pasep a partir de 2026?
A principal mudança nas regras do abono salarial está relacionada ao limite de renda para ter direito ao benefício. Até então, o critério considerava trabalhadores que receberam, em média, até dois salários mínimos no ano-base.
Com a atualização das regras, esse limite passa a ser reduzido de forma progressiva, com o objetivo de concentrar o benefício nos trabalhadores de menor renda.
O ponto inicial dessa transição é um teto de R$ 2.640,00 de renda mensal, valor que será reajustado anualmente pelo INPC - Índice de Preços ao Consumidor. Ao longo dos próximos anos, esse limite será ajustado até alcançar o equivalente a 1,5 salário mínimo por volta de 2035.
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Quem pode receber o abono salarial em 2026?
Para saber se você vai receber o PIS/Pasep em 2026, é preciso olhar para dois pontos principais: renda no ano-base e regras trabalhistas que continuam válidas.
Critérios de renda atualizados
Terá direito ao abono salarial em 2026 o trabalhador que recebeu, em média, até o limite de renda definido pelas novas regras no ano-base de 2024. Esse limite não é fixo, pois a legislação prevê a correção anual pela inflação.
Para a consulta e o pagamento em 2026, será considerado o valor já reajustado de R$ 2.765,92, que corresponde ao limite corrigido pelo INPC acumulado no período. Esse valor funciona como um teto exato, sem margem de tolerância ou arredondamento.
Na prática:
- Renda média mensal de R$ 2.765,91 → dentro do critério
- Renda média mensal de R$ 2.765,93 → fora do critério
O governo considera a média mensal dos rendimentos ao longo do ano-base, e não o salário de um único mês isolado. Por isso, variações salariais ao longo do ano podem impactar o direito ao benefício.
Regras de tempo de trabalho e cadastro
Além da renda, continuam valendo os critérios tradicionais do abono salarial. Para receber em 2026, é necessário:
- Ter trabalhado pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base
- Ter cadastro no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos
- Ter tido os dados corretamente informados pelo empregador na RAIS ou no eSocial
- Trabalhar para empregador que contribua para o PIS ou PASEP
Esses critérios não sofreram alteração com as novas regras.
Quem pode deixar de receber o benefício com as novas regras?
Com a atualização dos critérios, o grupo mais impactado é formado por trabalhadores cuja renda ultrapassou o novo limite estabelecido.
Na prática, podem deixar de receber o abono aqueles que:
- Tiveram aumento salarial no ano-base considerado
- Passaram a receber acima do teto definido pelas novas regras
- Já estavam próximos do limite anterior e foram impactados pelo ajuste gradual
A redução no número de beneficiários ocorre de forma progressiva. Segundo estimativas do governo, mais de 3 milhões de trabalhadores podem deixar de receber o abono até 2030, em comparação com o cenário anterior às mudanças.
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Como consultar se vou receber o PIS/Pasep em 2026?
Após entender as novas regras, o próximo passo é saber como verificar se você terá direito ao abono salarial em 2026. A consulta será feita exclusivamente pelos canais oficiais do governo e das instituições responsáveis pelo pagamento.
A forma mais simples de consultar o PIS/Pasep será pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital. A liberação da consulta está prevista a partir de 5 de fevereiro de 2026.
Para verificar, basta:
- Abrir o aplicativo Carteira de Trabalho Digital
- Fazer login com CPF e senha Gov.br
- Acessar o ícone Benefícios
- Entrar em “Abono Salarial – Consultar”
- Verificar se há benefício disponível, valor e data de pagamento
O aplicativo também informa possíveis pendências na RAIS ou inconsistências nos dados enviados pelo empregador.
O valor do abono salarial vai mudar?
Não. As novas regras não alteram o valor do abono salarial nem a forma de cálculo do benefício.
O abono salarial continua sendo pago de forma proporcional ao tempo de trabalho. O valor máximo corresponde a um salário mínimo vigente, e o cálculo considera 1/12 do salário mínimo para cada mês trabalhado no ano-base.
Ou seja, o que muda é quem pode receber, não quanto o beneficiário recebe.
Por que o governo decidiu mudar as regras do abono?
Segundo o Governo Federal, as mudanças pretendem tornar o abono salarial mais progressivo e focalizado. Com a valorização real do salário mínimo nos últimos anos, o benefício passou a alcançar trabalhadores com rendas cada vez mais próximas da média nacional, distanciando-se do público original do programa.
Além disso, as alterações fazem parte de um conjunto de medidas voltadas ao equilíbrio fiscal. A estimativa é que as novas regras gerem uma economia acumulada de aproximadamente R$ 24,8 bilhões entre 2025 e 2030, sem alterar o valor individual do benefício para quem continua elegível.
O que devo fazer agora?
Diante das novas regras, o mais importante é antecipação e organização financeira. Algumas ações práticas ajudam a evitar surpresas:
- Acompanhar sua renda mensal e anual com atenção
- Entender qual foi sua renda no ano-base considerado
- Consultar periodicamente seus dados trabalhistas
- Planejar o orçamento sem depender exclusivamente do abono
Mudanças em benefícios reforçam a importância de ter clareza sobre o próprio dinheiro. Saber exatamente quanto entra, quanto sai e como organizar esse fluxo faz diferença, especialmente quando rendas extras podem deixar de existir.
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