Tributo, imposto, taxa e contribuição: você sabe a diferença entre eles?

A diferença entre os tributos está na arrecadação que elas trazem para cada unidade federativa do governo. Esses recursos são direcionados segundo sua finalidade, para assim não ocorrerem desvios.

Redator(a) Stefany Ribeiro Por Stefany Ribeiro
11.12.2023
9 minutos de leitura
Como diferenciar tributo, taxa, imposto e contribuição

Absolutamente nada é de graça nessa vida, você tem que pagar para nascer e mesmo após a morte outros gastos são necessários. Se não bastassem as despesas necessárias à manutenção da nossa vida, ainda temos tributos a pagar ao governo.

Segundo o Observatório de Política Fiscal, a Carga Tributária no Brasil em 2022 atingiu 33,7% do PIB, com o maior nível da série histórica desde 2007, quando atingiu 33,64%. O valor em 2022 ultrapassou os R$ 3 trilhões, configurando a nossa carga tributária como uma das mais altas do mundo, principalmente em relação aos tributos que incidem sobre o consumo.

Isso faz com que fiquemos logo atrás de países europeus altamente desenvolvidos, como Hungria e Dinamarca, que ao contrário do Brasil entregam serviços públicos de qualidade a sua população. Ao decorrer deste artigo veremos tudo o que engloba um tributo, e, além disso, a importância de utilizar um sistema de controle financeiro.

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O que é tributo?

Os tributos são aqueles pagamentos obrigatórios que devemos liquidar junto a uma entidade pública. São aplicados quando realizamos alguma compra, venda, transportes de mercadorias, entre outros serviços. Como principal arrecadação do governo, eles incidem sobre o consumo, renda e patrimônio.

Segundo a Lei Nº 5.172, do Código Tributário Nacional - CTN:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada - art. 3º do Código Tributário Nacional - CTN

Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria - art. 5º do Código Tributário Nacional - CTN

A seguir veremos os tipos de tributos e alguns exemplos:

Impostos

Os impostos podem ser divididos segundo as responsabilidades de cada governo, seja federal, estadual ou municipal. O objetivo desses recursos arrecadados são para manutenção de serviços públicos disponibilizados e utilizados pela própria população. A seguir veremos alguns tipos de impostos.

Quais são os tipos de Impostos?

Impostos Federais

São os impostos destinados à União, para a manutenção da administração do governo, sendo responsáveis por 60% das arrecadações do país. Entre eles podemos citar IR, IOF, IPI, IRPJ, II, IE, ITR, INSS.

Impostos Estaduais

Destinados ao Estado, tem o objetivo de cuidar da manutenção do mesmo, como financiar seus serviços, investir em sua infraestrutura, seja em escolas, faculdades e rodovias estaduais. Sua arrecadação equivale a 28% do total. Entre os impostos podemos citar ICMS, IPVA, ITCMD, COFINS.

Impostos Municipais

Esses impostos são destinados aos municípios sendo convertidos em infraestrutura e manutenção local, de escolas, unidades de pronto atendimento, entre outros serviços. A arrecadação equivale a 5,5% do total. Entre eles podemos citar IPTU, ISS, ITBI.

Taxas

Esses tributos são vinculados a serviços públicos específicos, como emissão de documentos, recolhimento do lixo, entre outros. Podem ser criadas pelas três esferas do governo. As taxas são divididas em dois tipos, veremos a seguir.

Quais são os tipos de Taxas?

Taxas de serviços

Essas taxas são obrigatórias e referentes aos serviços públicos prestados à população, no entanto, não são cobradas àqueles que não têm acesso aos serviços. Portanto, o serviço deve ser disponibilizado para ter qualquer cobrança por parte do governo.

Entre elas, temos:

  • Taxa de Emissão de Documentos (federal, estadual e municipal)
  • Taxa de Coleta de Lixo
  • Taxa de Combate a Incêndios
  • Taxa de Licenciamento Anual de Veículo

Taxas de fiscalização

São as taxas referentes à vigilância, controle e fiscalização, costumam ser pagas às prefeituras. Geralmente realizadas anualmente, é possível consultá-las por meio do portal online, a maioria das prefeituras já possui um.

Algumas delas, são:

  • Taxa de Conservação e Limpeza Pública
  • Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária
  • Taxa de Fiscalização de Estabelecimento (TFE)

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Contribuições

São tributos utilizados para financiar demandas de problemas específicos, e por isso é possível identificar o destino pontual e qual valor essa arrecadação deve ter. As contribuições são divididas em quatro, veremos a seguir.

Quais são os tipos de contribuições?

Contribuição de melhorias

Essa contribuição é determinada, segundo os custos de obras públicas decorrentes de valorização imobiliária, tendo um limite total estipulado no valor que será agregado a cada imóvel. Conclui-se, assim, que sua finalidade é custear obras públicas que posteriormente irão beneficiar a coletividade.

Geralmente o Estado executa a obra pública e posteriormente cobra uma contraprestação. Vale ressaltar que a contribuição aqui é o valor exato da obra, dessa forma não permite que o Estado enriqueça de maneira indevida. Entre essas obras, podemos citar: construção de estradas, iluminação pública, pontes, aterros sanitários, represas, etc.

Algumas dessas contribuições, são:

  • Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública
  • Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC)
  • Contribuições de Melhoria no geral(calçamento, esgoto, rede de esgoto, etc.)

Contribuição especiais

Criadas unicamente pelo Governo Federal, instituídas por leis ordinárias, podendo haver exceções e sua destinação também é bem específica. O objetivo principal é intervenção econômica e não a arrecadação fiscal.

Podemos citar:

  • Programa de Integração Social (PIS)
  • Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP)
  • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
  • Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CRM, etc.)

Leia sobre: Seguro-desemprego: quem tem direito e como solicitar

                   O que é NIS e qual é a sua relação como PIS/PASEP?

Contribuições parafiscais

São contribuições recolhidas de atividades realizadas por empresas privadas, mas que apresentam algum interesse público, o pagamento é descontado diretamente da folha de pagamento.

Entre essas empresas, temos:

  • Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC)
  • Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI)
  • Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI)
  • Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR)

Empréstimos compulsórios

Somente a União pode criar o empréstimo compulsório e deve ser feito por meio de lei complementar. Geralmente ocorrem quando há gastos de ordem pública que não foram previstos. Como são empréstimos, a União tem a obrigação de devolver os valores aos contribuintes.

 Segundo o art.15 do Código Tributário Nacional - CTN:

Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:

     I - guerra externa, ou sua iminência;

     II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;

     III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

     Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

E qual é a diferença entre esses tipos de arrecadações?

Como vimos, o tributo engloba o imposto, a taxa e a contribuição e em cada um deles você encontra diferentes finalidades. A taxa é para serviços mais específicos, o imposto já engloba mais opções e variedades e seu recolhimento pode ser estadual, federal, ou municipal. No esboço abaixo, você tem um resumo das diferenças:

Tipos de Tributos

Quando é proibido cobrar impostos?

Não é permitido cobrar impostos de:

  • Entidades religiosas
  • Entidades sindicais de trabalhadores
  • Instituições educacionais sem fins lucrativos
  • Partidos Políticos
  • Livros, livros digitais, jornais

Tributos e Controle Financeiro

Como vimos, o governo tem várias maneiras de arrecadar recursos para manter seu administrativo e diversos serviços disponibilizados ao público funcionando. Cada qual dentro de sua categoria e segundo suas especificidades, e para manter tudo em ordem a gestão tanto financeira quanto administrativa tem que estar em ordem.

Podemos deduzir que se o governo não tem um bom administrador, os recursos não são direcionados às despesas necessárias, os serviços passam a ser de péssima qualidade ou simplesmente não funcionam. Logo, a sociedade inteira é prejudicada por essa incompetência.

O mesmo ocorre com as nossas despesas e gastos, para termos um mínimo de noção e conhecimento de todo o nosso fluxo de caixa é preciso ter um controle financeiro de qualidade. Ter um controle financeiro nos deixa muito bem preparados para lidar com tudo o que envolve nossa vida e saúde financeira. E um aliado capaz e eficiente para tal papel, é o Contas Online.

 

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