Por que é essencial manter uma boa relação com a Secretaria da Fazenda do seu estado?

Entenda como as Secretarias da Fazenda regulamentam o comércio em seu estado e evite multas, inadimplências e até mesmo o fechamento do seu negócio.

Redator(a) Maria Prado Por Maria Prado
15.04.2024
12 minutos de leitura
O que é e como funciona a secretaria da fazenda de cada estado?

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) desempenha um papel crucial na regulamentação e fiscalização do comércio em cada estado brasileiro. Ela é responsável por administrar os tributos estaduais, realizar a cobrança de impostos e contribuições, e fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes.

Dessa forma, a Sefaz exerce uma influência direta na vida dos empreendedores e comerciantes, que precisam seguir as normas tributárias estabelecidas em cada unidade federativa. O não recolhimento dos tributos devidos pode levar a penalidades e até ao fechamento do estabelecimento comercial.

De acordo com o Serasa Experian, em julho de 2023 cerca de 6,55 milhões de empresas foram registradas como inadimplentes no país. Além de um bom controle financeiro, é importante que as questões fiscais do negócio também estejam em dia.

A Sefaz orienta os contribuintes sobre a correta apuração e recolhimento de tributos, além de oferecer opções de parcelamento em caso de débitos. Portanto, conhecer as normas estaduais e manter um bom relacionamento com o fisco é fundamental para o sucesso do negócio.

O que é a Secretaria da Fazenda?

A Secretaria da Fazenda (Sefaz) é o órgão administrativo responsável pela política tributária e arrecadação de impostos em cada estado brasileiro.

Sua principal função é administrar a arrecadação de tributos estaduais como ICMS, IPVA, ITCMD e Taxas Estaduais. Além disso, ela também gerencia o cadastro de contribuintes, realiza a fiscalização tributária e combate a sonegação fiscal.

Cada unidade da federação possui a sua própria Secretaria da Fazenda, que segue as diretrizes gerais, mas possui autonomia em relação à legislação tributária estadual. A Sefaz é dirigida por um Secretário de Estado, indicado pelo governador.

A Secretaria da Fazenda desempenha um papel fundamental para o funcionamento do comércio e dos negócios em cada estado, uma vez que regula a cobrança de impostos e fornece documentos como inscrição estadual e certidões negativas. Manter-se em dia com o órgão é essencial para qualquer empresa.

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Quais são as suas principais atividades?

A Sefaz de cada estado tem como principal atribuição a administração tributária estadual. Isso envolve diversas atividades essenciais, como:

Administração tributária

O órgão responsável por gerir o sistema tributário do estado, que inclui o cadastro de contribuintes, educação fiscal, análise de declarações e apuração de impostos devidos. Ela administra os cadastros fiscais e emite documentos fiscais como Notas Fiscais Eletrônicas.

Arrecadação de impostos

Outra função primordial da Sefaz é realizar a arrecadação de impostos estaduais, como ICMS, IPVA, ITCMD e taxas diversas. A secretaria recebe as declarações e recolhimentos devidos pelos contribuintes pessoa física e jurídica.

Fiscalização

Para garantir o cumprimento da legislação tributária e a arrecadação correta dos impostos, a instituição realiza fiscalizações regulares nos estabelecimentos comerciais e empresas. Essas fiscalizações verificam irregularidades e falhas no recolhimento de tributos.

Cobrança da dívida ativa

Quando há impostos em atraso ou não recolhidos corretamente, o órgão emite autos de infração e inscreve essas pendências na Dívida Ativa do estado. Ela então cobra judicialmente os débitos tributários em aberto, visando reaver esses valores para os cofres públicos.

Como ela influencia na vida do empreendedor?

A Secretaria da Fazenda tem uma influência direta na vida dos empreendedores e comerciantes de diversas formas. Como por exemplo:

Recolhimento de impostos

Como uma das principais atividades do órgão é a arrecadação de impostos estaduais como ICMS e IPVA, os empreendedores precisam se registrar na Sefaz, informar suas atividades econômicas, emitir notas fiscais e recolher os impostos devidos. Isso afeta diretamente o fluxo de caixa do negócio e precisa ser bem administrado.

Licenças e alvarás

Para abrir e operar um negócio é necessário obter licenças e alvarás emitidos pela secretaria e prefeitura. O empreendedor precisa conhecer e cumprir essas exigências que garantam a formalização da empresa.

Fiscalização

O órgão realiza fiscalizações periódicas para verificar o cumprimento das obrigações tributárias. O empreendedor deve manter controles internos e demonstrar que está em dia com impostos, notas fiscais e demais exigências. Autuações podem resultar em multas e outros transtornos.

Fechamento por inadimplência

Um dos principais motivos para a Sefaz fechar estabelecimentos é a inadimplência fiscal. Deixar de recolher impostos como o ICMS por um determinado período pode resultar no fechamento administrativo até a regularização. Isso afeta drasticamente as operações da empresa.

Quais tributos são pagos à Sefaz?

A Secretaria da Fazenda é responsável pela gestão e fiscalização de diversos tributos estaduais que precisam ser pagos pelos empreendedores e pessoas físicas. Os principais são:

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

O ICMS incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. É um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal.

IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

O IPVA é um imposto anual que recai sobre a propriedade de veículos automotores, recolhido pelos proprietários. A base de cálculo do imposto é o valor venal do veículo.

ITCMD - Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação

O ITCMD incide sobre a transmissão de quaisquer bens ou direitos por herança, legado ou doação. É calculado sobre o valor dos bens ou direitos transmitidos.

Taxas diversas

Além desses impostos principais, os empreendedores também precisam pagar outras taxas à Sefaz, como taxas de fiscalização, taxas de licença para localização e funcionamento, entre outras.

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Quais medidas as Secretarias podem tomar por inadimplência?

A Secretaria da Fazenda pode tomar diversas medidas caso um empreendedor ou empresa não cumpra com suas obrigações tributárias. As principais medidas são:

Multas

A Sefaz pode aplicar multas que variam de acordo com o tipo de infração cometida. As multas mais comuns são por atraso no pagamento ou não entrega de documentação fiscal. As multas podem chegar a valores altos, então é importante que o empreendedor esteja sempre em dia.

Cobrança administrativa e judicial

Além de multas, a Sefaz pode fazer uma cobrança administrativa, enviando notificações e intimando o contribuinte a regularizar seus débitos. Se mesmo assim não houver pagamento, a dívida poderá ser encaminhada para cobrança judicial. Isso pode levar a penhora de bens, bloqueio de contas bancárias, entre outras medidas mais drásticas.

Negativação

Outra consequência da inadimplência é ter o CNPJ negativado nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. Isso dificulta conseguir crédito e faz com que os fornecedores exijam pagamento à vista.

Bloqueio de bens

Em casos mais graves, a Sefaz pode entrar com pedido judicial de bloqueio de bens do contribuinte inadimplente, como veículos, imóveis e máquinas. Isso impede a venda desses itens até a quitação da dívida.

Interdição do estabelecimento

A interdição ou lacração do estabelecimento é uma das medidas mais drásticas que a Sefaz pode aplicar. Ocorre quando há reincidência na sonegação de impostos ou falta de pagamento. O estabelecimento fica impedido de funcionar até resolver a situação.

Portanto, manter-se em dia com a instituição é fundamental para evitar prejuízos e poder operar normalmente. O empreendedor deve estar sempre atento às obrigações tributárias e, em caso de dificuldades, procurar orientação sobre como regularizar as pendências.

Como fazer a regularização dos débitos?

Existem algumas formas pelas quais os empreendedores podem regularizar seus débitos junto ao órgão, evitando assim maiores prejuízos e penalidades. As principais são:

Parcelamento

O parcelamento de dívidas é uma opção para dividir os valores devidos em prestações mensais, de acordo com o que for acordado com a Sefaz. Isso permite quitar as dívidas de forma gradual, evitando o fechamento do negócio.

O empreendedor deve fazer um requerimento formal de parcelamento, informando a situação financeira da empresa e propondo as condições de pagamento. Após análise, o órgão pode deferir o pedido nas condições apresentadas ou propor um parcelamento diferente. É importante manter em dia o pagamento das parcelas para não perder os benefícios.

Anistias específicas

Eventualmente, os estados podem publicar leis de anistia fiscal, perdoando juros e multas para determinados tributos e períodos. Isso ocorre geralmente em momentos de crise econômica, visando facilitar a regularização de empresas com dificuldades financeiras.

O empreendedor deve ficar atento a essas medidas, que são divulgadas pelos canais oficiais da Sefaz. Ao se enquadrar nos requisitos, é possível obter descontos significativos nos débitos.

Programas de recuperação fiscal

Alguns estados têm programas permanentes de recuperação fiscal, que funcionam como uma renegociação de dívidas com descontos sobre juros e multas. É uma alternativa para regularizar débitos antigos com condições mais favoráveis.

Cada programa tem suas próprias regras, valores mínimos de dívida e percentuais de desconto. O empreendedor pode se informar com a Sefaz quais programas estão disponíveis e analisar se vale a pena aderir, fazendo as contas para verificar a economia obtida.

Considerações finais

Ao longo do tempo, a Sefaz tem buscado aprimorar seus processos e sistemas, investindo em tecnologia para melhor atender ao contribuinte. Plataformas digitais mais intuitivas, integração de dados e uso de inteligência artificial são tendências que devem beneficiar tanto o fisco quanto o empreendedor.

Entretanto, os desafios permanecem. A alta carga tributária, complexidade das regras e dificuldades de pequenos negócios em se regularizar são problemas a serem enfrentados. Seu papel não é punir, e sim orientar, regular e garantir relações justas e transparentes entre o estado e o contribuinte.

E como vimos anteriormente, manter em dia com o fisco é extremamente importante para que o seu negócio cresça de forma saudável. Além disso, manter um bom controle financeiro é essencial.

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