No Brasil, o consumo a prazo se tornou a norma, mas está cada vez mais perigoso. Segundo pesquisa da CNDL/SPC Brasil, 62,3 milhões de consumidores possuem compras parceladas ativas. Ou seja, praticamente 3 em cada 10 brasileiros estão pagando por algo comprado anteriormente.
Além disso, outro dado alarmante: 46% das pessoas afirmam ter feito compras por impulso por causa da facilidade de crédito, principalmente em lojas online. Basta um clique, e a compra é concluída - muitas vezes sem sequer pensar se aquilo era necessário.
Esses números revelam um padrão preocupante: o crédito é usado com frequência, mas sem o planejamento necessário para manter a saúde financeira em dia. A combinação de parcelas e limite estourado é uma receita para o endividamento crônico e, muitas vezes, para a inadimplência.
Neste artigo, vamos te ajudar a identificar sinais de alerta, refletir sobre decisões de consumo e mostrar como evitar armadilhas que comprometem sua tranquilidade financeira.
Dicas para controlar suas finanças e sair das dívidasBaixe o e-book e saiba mais sobre este assuntoE-book GratuitoAntes de assumir mais uma parcela, reflita com sinceridade
Parcelar uma compra pode ser vantajoso em alguns casos, especialmente se for sem juros e dentro do orçamento. No entanto, muitas pessoas parcelam por impulso ou por falta de dinheiro disponível, o que transforma uma solução momentânea em um problema de longo prazo.
Esse comportamento tem se agravado com a popularização do e-commerce, conforme afirma o levantamento da CNDL/SPC Brasil. Para 43% dos entrevistados, as lojas online são as que mais estimulam as compras não planejadas por meio dos parcelamentos.
A facilidade de compra, com pagamento salvo no navegador, opções de parcelamento em até 12 vezes e entrega rápida, incentiva o consumo sem reflexão. Portanto, antes de fazer uma nova compra, pergunte-se:
- Já sei quanto pago de parcelas hoje?
Você tem clareza de quantas compras parceladas estão ativas no seu nome? Muitas pessoas não controlam isso e acabam comprometendo boa parte da renda com prestações pequenas que, somadas, viram um grande valor mensal. - Esse valor cabe no meu orçamento com folga?
Uma parcela de R$150 pode parecer inofensiva sozinha. Mas se você já tem R$700 comprometidos com outras parcelas, ela pode desequilibrar tudo. - Tenho reserva de emergência para imprevistos?
Muita gente esquece que o inesperado acontece: desemprego, problemas de saúde, despesas emergenciais, consertos urgentes. Se o seu orçamento está no limite com parcelas, um imprevisto pode te levar direto para o endividamento. - O parcelamento tem juros embutidos?
Cuidado com o "sem juros" que já vem embutido no preço final. Muitas vezes, pagar à vista com desconto sai mais barato. Sempre compare antes de aceitar parcelar. - Eu realmente preciso disso agora ou posso esperar?
A ansiedade de comprar algo hoje pode sair caro no futuro. Vale a pena se perguntar: se eu tivesse que pagar esse valor inteiro agora, ainda assim compraria?
Sinais de que o crédito já virou problema
Além das parcelas, outro fator comum é o uso do cartão de crédito como extensão da renda. Segundo especialistas, esse é um dos maiores riscos para o orçamento pessoal.
Sinais de alerta:
- Usa o cartão para despesas básicas, como mercado ou farmácia?
Se você precisa usar crédito rotineiramente para necessidades básicas, é sinal de que seu orçamento está desequilibrado. - Tem pagado apenas o mínimo da fatura?
Isso é o início do ciclo da dívida: o valor não pago vira financiamento com juros altíssimos. Em pouco tempo, você pagará muito mais do que comprou. - Tem mais de um cartão porque o limite de um só não dá conta?
Ter vários cartões para “complementar” o limite indica que suas despesas estão acima da sua renda real. - Está sempre contando os dias para o próximo salário?
Se o salário já chega comprometido, é hora de rever seus gastos fixos e eliminar o supérfluo e gastos invisíveis. Viver no limite todo mês causa estresse, ansiedade e pode prejudicar sua saúde emocional. - Já perdeu o controle das datas de vencimento?
Muitas parcelas e faturas diferentes aumentam as chances de atraso, multas e juros. Além disso, o descontrole pode afetar seu score de crédito e dificultar financiamentos futuros.
Emprestar o nome: vale a pena?
Em 2022, 32% dos consumidores disseram ter feito compras usando o nome de outra pessoa. E o resultado? Entre os que emprestaram o nome, 13% ficaram com o CPF negativado.
Essa prática, muitas vezes vista como “ajuda”, pode ser o gatilho de conflitos e prejuízos sérios. Assim, se você pensa em emprestar ou usar o nome de alguém, reflita:
- E se a pessoa não pagar?
Quem empresta o nome assume o risco da inadimplência. Se a pessoa que usou o seu CPF não pagar, a dívida cai no seu colo, junto com as consequências no seu nome e score. - Você conhece bem o histórico financeiro dessa pessoa?
Muitos empréstimos de nome acontecem entre parentes ou amigos próximos, mas a confiança pessoal não garante responsabilidade financeira. - Por que você (ou a outra pessoa) não está conseguindo crédito?
Se o nome está sujo, é porque há problemas de pagamento anteriores. Emprestar o nome nessa situação é um alerta vermelho. Se o problema for falta de planejamento, é hora de parar e reavaliar os hábitos. - Está preparado para lidar com o desgaste emocional?
Quando o nome emprestado vira dor de cabeça, a relação entre as pessoas pode se desgastar, e isso pode ser mais difícil de recuperar do que o próprio dinheiro.
Leia também: 7 motivos para não emprestar dinheiro para alguém.
Como sair do ciclo e retomar o controle financeiro?
A boa notícia é: há como sair desse ciclo e evitar cair de novo. Mas isso exige disciplina, organização e, principalmente, clareza sobre suas finanças.
Veja alguns passos práticos:
Organize todas as dívidas e parcelas em aberto
O primeiro passo é ter uma visão completa do que você deve. Anote tudo: valor total, valor das parcelas, prazos e taxas de juros.
Você pode fazer isso em um caderno, em uma planilha ou, de forma mais eficiente, usando um sistema de controle financeiro que centralize tudo em um só lugar. A ideia é tirar as dívidas da cabeça e colocar no papel (ou na tela).
Estabeleça um limite saudável para gastos fixos
Evite comprometer mais de 30% da sua renda com dívidas ou parcelas. Se esse número já está acima disso, pense em renegociar prazos, cortar gastos ou priorizar o pagamento de dívidas com juros mais altos. Manter uma margem de segurança é essencial para imprevistos e equilíbrio financeiro.
Pague à vista sempre que possível
O pagamento à vista não só evita o acúmulo de parcelas futuras, como muitas vezes garante descontos. Além disso, comprar à vista te força a pensar duas vezes antes de fazer uma compra, o que ajuda a reduzir gastos por impulso.
Evite usar crédito para itens essenciais
Se você está precisando parcelar supermercado, medicamentos ou contas básicas, esse é um sinal de alerta. Isso indica que seu padrão de vida pode estar acima da sua realidade atual. Nesse caso, é hora de rever hábitos e cortar despesas onde for possível.
Crie uma reserva, mesmo que pequena
Muita gente acha que só vale a pena guardar dinheiro se for uma quantia alta, mas não é verdade. Ter R$200 ou R$500 guardados já faz uma enorme diferença quando surge um imprevisto. Essa reserva pode impedir que você precise recorrer a empréstimos ou cartões de crédito em momentos de aperto.
Fique atento às compras por impulso online
Desative as notificações de aplicativos de lojas, evite salvar os dados do cartão e experimente o “freio de 24 horas”: uma técnica simples para evitar compras por impulso. Funciona assim: sentiu vontade de comprar algo? Espere 24 horas antes de finalizar a compra. Esse tempo ajuda você a refletir se o item é realmente necessário.
Lembre-se: sair do ciclo das dívidas leva tempo e exige constância, mas cada passo conta. Não se culpe pelo que passou, concentre-se no que você pode fazer a partir de agora. Seu futuro financeiro começa com pequenas escolhas no presente.
Confira também: Razões para substituir a planilha por um sistema de controle financeiro.
Conclusão: planejamento é liberdade
A dívida não nasce da compra em si, e sim do descontrole financeiro. Parcelar sem avaliar, emprestar nome sem cautela, gastar mais do que se ganha... tudo isso é comum, mas precisa ser repensado.
Se você quer manter suas finanças em ordem e evitar o endividamento, controle e planejamento são essenciais. Um sistema que centraliza seus gastos e mostra sua realidade financeira pode fazer toda a diferença.
Dica final
Com o Contas Online, você acompanha todas as suas parcelas, cartões e dívidas em um só lugar, com lembretes de vencimento, gráficos de gastos e visão clara do seu orçamento.
Organize suas finanças, evite dívidas e tome decisões melhores todos os dias.
Experimente o Contas Online gratuitamente e comece hoje sua virada financeira!
