Os cinco mitos sobre investimentos no exterior para pessoa física

Confira neste artigo a verdade por trás dos mitos de investir no exterior e dicas úteis que podem te ajudar nesse processo!

15.08.2023
12 minutos de leitura
5 mitos sobre como investir no exterior

A conscientização sobre investimentos têm aumentado cada vez mais entre os brasileiros nos últimos anos. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), o percentual de investidores brasileiros passou de 31% em 2021 para 36% em 2022. Até o fim de 2023 a Associação prevê o aumento de 5 pontos percentuais.

Quando o assunto é investimento internacional, esses dados são ainda maiores.

Agora, não só pessoas jurídicas, mas também pessoas físicas estão dando os primeiros passos no investimento no exterior, mesmo sem grandes quantias iniciais ou um vasto entendimento do mercado financeiro.

A verdade é que, ao contrário do que muitos pensam, investir no exterior não é um bicho de sete cabeças. O que muitos investidores precisam entender é como esse tipo de aplicação funciona e, principalmente, se distanciar dos mitos em torno desse universo.

Para te ajudar a desmistificar o investimento no exterior de uma vez por todas, elaboramos este artigo com as principais mentiras que te contam sobre o assunto e dicas úteis para dar os primeiros passos. Confira a seguir!

Afinal, o que são os investimentos no exterior?

Antes de falarmos sobre os mitos mais comuns sobre os investimentos no exterior, vamos dar alguns passos para trás e entender o que esse conceito significa na prática.

De forma simplificada, o investimento fora do Brasil é nada mais do que aplicar o seu dinheiro em ativos financeiros no exterior.

Nesse sentido, o investidor tem mais oportunidade de acesso a mercados diferentes e setores de inovação e em crescimento que podem não estar disponíveis no mercado interno, obtendo até mesmo retornos mais elevados e um amplo conhecimento na área.

Como colocar em prática?

Existe uma série de como investir no exterior mas, no geral, as quatro principais opções são:

  • Fundos de investimentos: neste primeiro modelo, os recursos financeiros de diferentes investidores são aplicados em um único investimento, como é o caso da renda fixa ou renda variável.
  • ETF (Exchange Traded Funds): fundo de gestão passiva, baseando-se em índices da Bolsa de Valores. Neste tipo de investimento no exterior, o investidor consegue alocar o seu capital em diversos ativos de uma só vez.
  • BDRs (Brazilian Depositary Receipts): certificados representativos de posse de diversas ações no exterior.
  • Investir em uma conta em corretora estrangeira: comprando ações diretamente pela empresa no exterior.

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5 mitos sobre o investimento no exterior

Como citamos anteriormente, o número de investidores no país tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Nesse sentido, com tantas novas informações, não é incomum que algumas delas se percam no meio do caminho e, como consequência, acabam surgindo inverdades sobre o tema.

A seguir, elencamos cinco mitos sobre como investir no exterior seguidos da versão original e muito mais simples da história. Acompanhe!

1. Investir no exterior é caro

A ideia de que investir no exterior é caro é totalmente equivocada. A verdade é que investir nunca foi tão democrático quanto os dias atuais.

Anteriormente, as primeiras aplicações fora do Brasil eram, de fato, muito altas— o que não condiz mais com a realidade atual.

O valor pode variar de acordo com a instituição financeira mas, no geral, é possível iniciar os seus investimentos fora do país com US$50, por exemplo.

2. Brasileiros não podem investir legalmente no exterior

A única ilegalidade do investimento no exterior é em relação à origem do dinheiro: aqueles de origem ilícita, por exemplo, não são permitidos.

Dessa forma, se o dinheiro aplicado for legal e declarado corretamente para a Receita Federal e o Banco Central, não existe nenhuma lei que proíba esse tipo de investimento.

3. É difícil investir no exterior

Outra ideia equivocada que as pessoas têm em relação a como investir no exterior é a dificuldade desse processo.

Sabemos que quanto mais conhecimento e mais dinheiro disponível, maior é a chance de obter um desempenho satisfatório no investimento. Mas esse fator não é obrigatório.

Investir no exterior é, de certa forma, uma tarefa simples e qualquer investidor pode iniciar as suas aplicações na Bolsa de Valores, por exemplo.

4. O investimento no exterior é livre de tributação e declaração

Mito. Todo montante investido no seu investimento no exterior deve ser informado anualmente no Imposto de Renda.

Contudo, é fundamental contar com a ajuda de um contador ou profissional especializado nesse assunto, pois cada país e investimento possui a sua regra específica.

5. Poucos brasileiros investem no exterior

Segundo a plataforma ComDinheiro, em 2018 os investimentos brasileiros direcionados para o exterior passaram de R$89 bilhões. Em 2023, esse número saltou para R$350 bilhões.

Com dados desse porte, dá para entender que essa informação é falsa, não é mesmo?

Passo a passo para declarar Imposto de Renda dos investimentos no exterior

Como citamos anteriormente, é fundamental que todo montante investido no exterior seja informado anualmente no Imposto de Renda.

Para declarar bens, por exemplo, é preciso acessar a ficha Bens e Direitos. As aplicações financeiras são declaradas pelo valor investido em moeda estrangeira, aplicando o valor do câmbio para reais no dia exato do investimento.

Nessa ficha, escolha o grupo 03 (Participações Societárias) e o código que se adeque à sua categoria:

  • 01: Ações;
  • 02: Quotas ou quinhões de capital;
  • 99: Outras participações societárias, caso não corresponda às alternativas acima.

A não declaração do seu investimento pode gerar problemas futuros com a Receita Federal, como o pagamento de multa de até 75% sobre o valor que deveria ter sido pago originalmente.

Indicamos sempre contar com o auxílio de profissionais especializados para te ajudar nesse passo a passo.

Leia mais: Imposto de Renda (IRPF) 2023: Tudo sobre prazos, declaração e documentos

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