Como funciona e quais são os tipos de fundos de investimentos?

Com os fundos de investimento você tem a possibilidade de investir menos em cotas de vários ativos diferentes, onde os lucros e riscos são divididos com os demais cotistas.

Redator(a) Stefany Ribeiro Por Stefany Ribeiro
07.08.2023
10 minutos de leitura
Quais são os tipos e como funciona um fundo de investimento.

Os Fundos de Investimentos concedem a possibilidade de investir em grupo. São um combo composto de diferentes ativos. Em uma única aplicação você tem uma carteira variada e, além disso, os riscos são menores.

Por englobar vários ativos, consegue agradar a todos os perfis de investidores, seja conservador, moderado ou arrojado. Há um gestor responsável que cuida dos interesses de cada fundo e também dos que investiram nele.

Segundo uma análise da evolução dos investidores na B3, em março de 2023, o número de investidores nessa modalidade teve um aumento de 30%. Uma vez que, em 2022 contava com 1,6 milhões, e logo no primeiro trimestre deste ano atingiu 2,1 milhões de CPFs cadastrados.

No embalo desses números significativos, mostramos a seguir, as características, o funcionamento e os tipos mais conhecidos:

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Quais são as características do fundo de investimento?

Cada investidor tem seus critérios e necessidades a sanar ao optar por essa ou aquela forma de obter rendimento. E as características básicas de um fundo acabam sendo determinantes para alguns destes investidores.

Entre as características, temos:

  • Praticidade — Adquiri as cotas de um fundo que investe em vários ativos.
  • Baixo custo — Por ser em grupo, o valor da cota é menor.
  • Gestão profissionalizada — Uma pessoa fica responsável por decidir em quais ativos será investido o recurso e quanto deverá ser aplicado em cada um.
  • Taxa de administração — O cachê do gestor varia de 0,5% a 2% e pode haver bônus caso os dividendos do fundo sejam maiores que os ganhos estipulados.

Como funciona um fundo de investimento?

Seguindo o passo a passo temos:

  1. O cotista escolhe um fundo que seja ideal para ele.
  2. Ele investe seu dinheiro no escolhido, adquirindo a cota.
  3. Esse dinheiro se juntará aos recursos dos outros cotistas.
  4. O gestor encarregado irá decidir quais ativos deverão estar nesse fundo e a quantia investida em cada um.
  5. Os rendimentos desses ativos serão distribuídos conforme as cotas de cada cotista.

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A divisão dos ganhos é feita conforme a fração do investimento que você possuir. E cada fração representa uma cota. Vamos a um exemplo: 

Suponhamos que cada cota de um fundo custe R$10,00. Ao investir R$3000,00 nele, você terá 300 cotas desse fundo. Assim, o seu ganho em cima deste investimento será proporcional a estas 300 cotas.

Cada fundo possui sua estrutura, regulamento e diretrizes específicas, o gestor deve segui-las enquanto toma as melhores decisões para atingir os objetivos estipulados. Eles podem ser classificados segundo os conceitos a seguir:

  • Aberto — Geralmente, os cotistas podem entrar ou deixar de participar do fundo no momento que desejarem, só é necessário respeitar as datas entre a solicitação do resgate e a do resgate efetivo.
  • Fechado — Já aqui, é necessário esperar a data de vencimento determinada para o resgate, para aí, sim, poder vender as cotas.
  • Ativo — São aqueles que atuam no mercado com uma frequência maior e isso demanda mais custos, já que o objetivo é superar o índice de referência.
  • Passivo — Podem ser tanto abertos, quanto fechados. O objetivo deles é espelhar, ou chegar o mais próximo possível dos rendimentos de certo índice de referência. Têm custos menores, pois seu funcionamento demanda menos recursos.

Regulamento

Entre as informações que estão contidas no regulamento, que deve ser de conhecimento não só do gestor como de todos os cotistas, podemos destacar:

  • Composição da carteira
  • Regras básicas de funcionamento
  • Limites de cada ativo
  • Riscos
  • Liquidez - pode ser D+1, D+2, D+10, etc.

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Outro documento importante tanto para gestor quanto para os investidores, é o prospecto do fundo, é nele que você encontra todas as informações sobre o produto, a empresa e o que irá ganhar ou perder adquirindo tal produto.

Aos investidores é necessário assinarem um termo de adesão ao adquirirem a cota, além de realizar o pagamento das taxas existentes, bem como cumprir todo o regulamento do mesmo.

Fiscalização

A CVM - Comissão de Valores Mobiliários, é o órgão responsável por fiscalizar e cuidar do bom funcionamento da Bolsa de Valores Brasileira, e de todos os investimentos que ali são negociados. Essa fiscalização busca proteger as empresas e os investidores contra qualquer ato ilegal ou manipulações nas transações.

Quais são os tipos de fundos de investimentos?

Como foi dito anteriormente, a composição deles é bem abrangente, já que são compostos por mais de um ativo. Nesse caso, veremos a seguir as possíveis variantes e quais são as suas características.

Fundos de Investimentos de Ações (FIAs)

A maioria é classificada como aberta e 67% da carteira tem que ser composta por cotas de ações, o restante pode ser de ativos financeiros variados.

As categorias de ações podem ser de indexados, ativos, específicos e também de investimentos no exterior.

Ativos que podem fazer parte do FIAs:

  • Ações livres
  • BDrs - Brazilian Depositary Receipts
  • Recibos de subscrição
  • ETFs - Exchange Traded Funds
  • Cotas de outros ativos

Ao investir na FIAs você tem diversificação na carteira, uma boa rentabilidade, os custos operacionais reduzidos, e fica menos exposto às variações de preços do mercado.

Fundos Imobiliários (FII)

Estes operam ativos que estão relacionados ao setor imobiliário. O dinheiro que os cotistas investem nele serve para que o gestor possa comprar, alugar um imóvel, ou financiar uma construção com uma construtora.

Os setores do FII, são principalmente:

  • Universidades
  • Aluguel de imóveis
  • Shopping centers
  • Galpões industriais
  • Fundo de papéis
  • Lajes corporativas

O dinheiro do aluguel, revenda ou arrendamento é repassado aos cotistas proporcionalmente, segundo seu número de cotas. E além da rentabilidade variável, também se recebe os dividendos.

Porém, o risco e o investimento inicial são considerados altos. Lembrando que os dividendos são uma parcela dos lucros que as empresas obtiveram e distribuem, por número de ações, aos acionistas que as possuem.

Fundos Multimercado (FIM)

Como nos outros, os lucros e perdas são divididos entre os cotistas, e diferentemente deles as combinações de ativos não estão limitadas a um padrão ou uma quantidade específica, qualquer tipo pode entrar no FIM. Essa flexibilidade pode trazer uma melhor rentabilidade e um risco mais controlado.

Segundo a Cartilha da Anbima — Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, os fatores de risco podem ser:

  • Alocação — retorno no longo prazo, ativos de renda fixa, câmbio, ações, etc.
  • Estratégia — atingir os objetivos e política de investimentos
  • Investimentos no exterior — ativos financeiros parcela superior a 40% do patrimônio líquido.

Lembrando que nenhum FIM está na garantia do FGC- Fundo Garantidor de Crédito. O objetivo do FGC é proteger os investidores, ele garante até RS250 mil por CPF ou CNPJ, e de R$ 1 milhão a cada 4 anos, também por CPF ou CNPJ.

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Fundos de Previdência Privada

Podem ser classificados em qualquer um dos outros, porém sempre voltados para investimentos de longo prazo e também muito usado para complementar a aposentadoria pública.

Apresenta duas modalidades:

  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) - Um plano com a possibilidade de ser abatido no Imposto de Renda, incide sobre o total acumulado, é um plano de previdência complementar.
  • VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre) - Funciona como um seguro de vida, o Imposto de Renda incide somente sobre o rendimento.

Fundo de Renda Fixa (FIRF)

Seus fatores de risco são as taxas de juros e o índice de preços. Podem ser:

  • Debêntures
  • Títulos públicos - como o Tesouro Direto
  • CDBs — Certificados de Depósito Bancário
  • LCIs, LCAs — Letras de Créditos Imobiliários e Letras de Créditos do Agronegócio.

Fundos Cambiais (FIC)

A principal variante desse modelo é o valor do dólar e o cupom cambial. Aqui, pelo menos 80% da carteira deve ser composta por ativos relacionados de alguma forma à moeda estrangeira.

São geralmente abertos, podendo entrar ou sair a qualquer momento e a rentabilidade só será significativa se durar mais que 12 meses, o que as classificam como de longo prazo. É bom ficar atento às taxas de câmbio e a moeda de referência (dólar, como dito acima).

Conclusão

Investir em fundos pode ser a porta de entrada para quem quer iniciar no mercado de ações. A praticidade de ter um gestor qualificado que busca selecionar os melhores ativos, juntamente com o custo reduzido de se investir em grupo, são atrativos a mais desse tipo de investimento.

É importante relembrar que cada fundo tem seu objetivo. E mesmo que não seja você quem decida cada ativo, é necessário ter conhecimento das informações básicas que o constituem. Afinal de contas, é onde você irá aplicar seu capital, então ele precisa estar alinhado com suas metas e objetivos financeiros.

“Conhecimento é poder” já dizia Francis Bacon, então se informe e aprenda, ter controle e conhecer seus motivos só irão agregar na sua busca, seja ela o sucesso, independência financeira ou apenas aprender investir.

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